BAIACUS são excelentes ladrões de isca.
Às vezes “roubam” a isca tantas vezes que irritam o pescador. Embora sua carne seja apreciada em algumas regiões, o baiacu normalmente é um peixe pouco valorizado e devolvido após ser capturado.
Possui a dentição muito forte e costuma cortar as linhas, anzóis e o que mais passar pela sua boca. Esta é, inclusive, uma das razões pelas quais a grande maioria dos pescadores perdem a paciência quando o baiacu aparece na pescaria:
E quando se trata do baiacu, todo cuidado é pouco no seu manuseio, pois basta um momento de distração para o pescador sofrer graves ferimentos, com risco até mesmo de perder o dedo ou um pedaço dele.
No Brasil existem diversas espécies de baiacus.
Os mais comuns são o baiacu pintado (Sphoeroides spp, família Tetraodontidae):
O baiacu arara (Lagocephalus laevigatus):
E o baiacu de espinho (Chilomycterus spinosus, família Diodontidae):
Independentemente da espécie e tamanho, os baiacus em geral apresentam duas características marcantes:
1ª) Inflam o corpo com ar ou água quando se sentem ameaçados, aumentando de tamanho para parecem maiores perante seus predadores e assim afastá-los ou até mesmo para os impedirem de engoli-los;
2ª) Possuem toxinas, principalmente em suas vísceras, as quais podem inclusive levar a pessoa à morte.
Nas fotos abaixo é possível perceber que o baiacu pintado estava se sentindo ameaçado e por isso inflou:
E no vídeo abaixo, encontrado no Youtube, é possível ver um Mero tentando engolir um baiacu. O peixe se utilizou desse mecanismo de defesa e acabou conseguindo escapar:
Se você está pensando em comer esse peixe, que aliás possui uma carne deliciosa, a leitura do artigo em questão é ainda mais aconselhada.
Os baiacus vivem em todos os tipos de ambientes, desde águas doces até recifes de corais, em águas rasas ou profundas e até mesmo em mar aberto. Estão quase sempre perto do fundo, solitários ou em pequenos grupos, comendo tudo que passar pela sua frente. Se alimentam desde peixes, moluscos e crustáceos, até mesmo a algas, vermes e plâncton.
Sua captura é relativamente fácil, podendo ser pescado tanto com iscas naturais, como também com iscas artificiais.
Na foto abaixo, por exemplo, o baiacu de espinho foi pego com camarão artificial e jighead:
Já na pescaria com isca natural, especialmente na pesca de praia, a captura do baiacu é um pouco mais complicada.
Isso porque o peixe costuma cortar as linhas e as vezes até mesmo os anzóis, então os pescadores se utilizam de anzóis encastoados e empates de aço para evitar a ruptura da linha e/ou do anzol, mas incrivelmente quando essa tática é utilizada o peixe raramente ataca a isca.
Seja como for, uma vez capturado o baiacu não oferece uma briga muito emocionante, principalmente se for o baiacu de espinho, que não raramente passa ao pescador a sensação de estar trazendo uma sacola de plástico cheia de água…
Talvez a única espécie de baiacu que renda uma boa briga é o baiacu arara, o qual é também o menos venenoso dos baiacus.
Independente de tudo isso, o baiacu é um peixe muito comum em nossas águas e merece todo o nosso respeito e consideração, não é mesmo?
E aí? Gostou da matéria?